No artigo "A CIELO sob Forte Concorrência", publicado aqui no blog em abril/2019,
mencionei que os fundamentos para a CIELO, principalmente no médio prazo haviam
mudado para pior. A forte concorrência comprometeria as margens e também o
lucro da CIELO em 2019.
Depois da divulgação
do artigo, outras notícias negativas vieram a público: a empresa anunciou a
descontinuidade do Guidance e a diminuição dos proventos para 2019. O Guidance
são as perspectivas da empresa para as suas atividades em um determinado período.
Ao descontinuar o guindance, a empresa reconhece que não atingirá as metas
pré-estabelecidas de faturamento, lucro, participação de mercado etc. Enfim,
constata que as projeções foram superdimensionadas e as abandona.
A segunda foi a
diminuição da distribuição de dividendos. O pay-out (parcela do lucro
distribuída) passará a ser de 30%. Em 2018, o pay-out ultrapassou os 100%. É um
grande baque no retorno ao acionista. O dividend yield que nos últimos 12 meses
atingiu 19,5% até o primeiro trimestre de 2019, deverá cair vertiginosamente.
No citado artigo,
mencionei que havia perdido o melhor momento da saída do ativo e que restava 3
opções: reforçar a posição; vender a mercado e aceitar o prejuízo ou não fazer
nada e aguardar os acontecimentos e torcer para a sobrevivência da empresa, ao
final da guerra das maquininhas.
Fiz uma projeção
para o lucro dos próximos trimestres. Supondo que cairia no mesmo ritmo do 1º
trimestre de 2019, o preço teria que recuar para algo entre R$ 5,50 e R$ 5,80,
para manter os mesmos níveis de P/L e P/EBIT de abril/2019. Hoje, o P/L e o
P/EBIT está em 6,50 e 5,35, respectivamente. Mais baixo do que em abril/2019
exatamente porque se refere aos últimos 12 meses, que incluem ainda 3
trimestres com lucros altos. A tendência é que, à medida que forem sendo
divulgados lucros menores o preço irá convergir para valores abaixo de R$ 6
reais.
A ação atingiu a
mínima de R$ 6,53 em 05/06/2019 e ainda temos 3 trimestres de péssimos números
pela frente. Acho que o alvo de R$ 5,50 é bem plausível nos próximos meses ou
talvez até em questão de dias.
Quanto à minha
escolha diante das 3 alternativas, se a decisão fosse hoje, caso o preço
atingisse níveis abaixo de R$ 5,80, optaria pelo reforço da posição, por
entender que a esses níveis a empresa, embora aranhada e seriamente ferida,
sobreviverá a esse novo cenário com participação significativa no mercado e
ainda lucrativa.
O maior risco nisso
tudo é se os controladores decidirem fechar o capital da empresa e oferecerem
valores muito baixos, como ocorreu com a Multiplus. Se isso ocorrer, o prejuízo
é certo e não valerá a pena mantê-la em carteira.
No momento, só resta
esperar e aguardar os próximos lances dessa guerra e também o que ocorrerá com
a empresa nos próximos meses. Os bons tempos de CIELO a 25 reais como no final
de 2018 não devem se repetir. Os patamares de preço e de lucro, mesmo em caso
de sobrevivência deverão ser outros bem mais baixos.
Ativo
|
Entrada
na Carteira
|
Preço de
Entrada *
|
Preço
Atual
|
Var. %
|
Peso na
Carteira
|
Retorno
para a Carteira (%)
|
OIBR4
|
08/02/2019
|
1,45
|
1,64
|
13,10%
|
5,00%
|
0,66%
|
CIEL3
|
14/02/2019
|
10,66
|
6,74
|
-36,80%
|
13,50%
|
-4,97%
|
KROT3
|
15/02/2019
|
11,57
|
10,47
|
-9,54%
|
13,50%
|
-1,29%
|
Capital a Alocar (Renda
Fixa)
|
-
|
-
|
0,00%
|
68,00%
|
0,00%
|
|
Carteira
|
-
|
-
|
-
|
-5,60%
|
-
|
-5,60%
|
IBOV
|
08/02/2019
|
95.343
|
97.886
|
2,67%
|
-
|
-
|
Posições Encerradas
|
|||||
Ativo
|
Entrada
na Carteira
|
Preço de
Entrada *
|
Preço de
Saída
|
Lucro (%)
|
Data da
Saída
|
WIZS3
|
26/02/2019
|
6,93
|
9,40
|
35,64%
|
20/05/2019
|
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